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19 de Abril de 2024

Judiciário desaba de vez

Publicado por PROBUS .
há 7 anos

Judicirio desaba de vez

Quem andava esperançoso de que o Judiciário era Superman, Lanterna Verde, Jaspion, Ninja Jiraia, He-Man, sei lá, que iria salvar a desordem instalada no País, teve dois duros golpes esta semana, semana em que só houve beijos: Moro beijou Aécio, o STF beijou Renan. Andaram certamente lendo os Evangelhos na parte em que Judas faz o mesmo com o povo ao beijar Jesus.

A Suprema Corte tornou nítida sua imagem histórica de covardia ante os outros poderes. Foi assim sob Floriano Peixoto, foi assim sob Getúlio Vargas, foi assim sob os generais incompetentes que assaltaram o poder em 1964. Teria sido o Ministro Marco Aurélio diferente ao afastar Renan? Não! Se fosse, tinha expedido ordem de prisão imediata após o descumprimento, com muito gosto cumprida pela Polícia Federal. Mas Marco Aurélio amarelou também.

É cansativo repetir obviedades. Mas mesmo assim lá vai mais uma: o Judiciário brasileiro – e nessa pegada está indo o Ministério Público – sempre foi um brasileiríssimo tatu bola que se fecha ao menor sinal do que acha que é perigo às suas próprias conveniências. De comum com os Juízes europeus e norte-americanos, os do Brasil sempre só tiveram a pompa, a toga, o ar sisudo. De desigual sempre tiveram a falta de eficiência no combate à corrupção e ao crime em geral, o descrédito social, o luxo, os vergonhosos penduricalhos remuneratórios.

Não admira que, no anseio social por justiça, Sérgio Moro tenha ganhado popularidade de “pop star”: pensou-se que vinha para ser uma espécie de Batman tupiniquim. Mas, como naquele adágio conhecido em muitas línguas, a fruta nunca cai longe da árvore. Moro sem mora deixou isso em evidência. Com seus afagos desta semana a Aécio Neves e o rabinho entre as pernas do STF, o medo que se estava tendo de ordem judicial foi reduzido a cinzas...

Agora, agora tudo que se dizia à boca pequena, em alguns círculos privilegiados de informação, ficou claro, ou seja, os floreios linguísticos incompreensíveis que se ouvem nos discursos judiciais nada mais são do que códigos da malandragem institucional para que você nunca saiba exatamente o que nem por que foi dito.

Melancólico fadário brasileiro, ainda mais que o alento poético no “Ultimatum”, de Álvaro de Campos, há 99 anos, anda ainda sem tradução empírica à vista na terra descoberta e colonizada por seus ancestrais:

“Mandado de despejo aos mandarins do mundo:

Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular

Que confundis tudo

Vós, anarquistas deveras sinceros

Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores

Para quererem deixar de trabalhar

Sim, todos vós que representais o mundo

Homens altos

Passai por baixo do meu desprezo

Passai aristocratas de tanga de ouro

Passai Frouxos

Passai radicais do pouco

Quem acredita neles?

Mandem tudo isso para casa

Descascar batatas simbólica

(...)

O mundo tem sede de que se crie

Porque aí está apodrecer a vida

Quando muito é estrume para o futuro

O que aí está não pode durar

Porque não é nada”.

Filipe Lima, acadêmico de Direito – UESB

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A marcha continua lenta, porém certa. Caminhamos para uma CONVULSÃO SOCIAL . Agora somente o povão nas ruas e nos palácios, especialmente os de Brasília, salvará nosso belo Brasil. Vai aí o alerta aos senhores feudais palacianos . continuar lendo